terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A cuidadosa definição do acaso (Parte I)

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Por Germano Xavier

para ler ao som de She, na voz de Elvis Costello

Com o perdão da palavra, de onde nos conhecemos mesmo? Mas que bom que você aportou em meu mundo assim. Abrigo você aqui, com todo prazer. Mostro um pouco deste mundo meu, nativo. Eu vou esperar suas palavras como quem espera um arco-íris bonito após uma chuva com sol. Gosto mais. Gosto mais de você. Flor do dia, meu dia inteiro. Também você me trouxe luz, claridade boa de sentir. Alguma sensação estranha, mais profunda que a própria normalidade. Você sabe me explicar o que é isto? Eu me sinto bem em seu olhar, disso eu sei, sinto. Creio que isto já pode lhe dizer algo, ou a mim mesmo. Também tenho coragem. Por você. Mais carinho. 

De que asteroide encantado você vem? Se eu disser que ando sentindo coisas semelhantes, você acreditaria? Você quer acabar comigo, é? Você tem celular? Pode me passar? Mandei uma mensagem agorinha. Chegou aí? Não sei a razão, o motivo, ou coisa que o valha, mas o certo é que ontem dormi com você e, para meu espanto, quando abri os olhos hoje você continuava em mim, presenteando-me com uma nova aurora. Menina, menina... eu tenho coragem. Minha quinta-feira já é um pássaro alto estimando o voo dos encontros. Elevo você em mim. Eu não vou fugir também. Penso que estas coisas não acontecem sem haja algum motivo-mor. Você deve ser o motivo-mor. Meu motivo-mor. Pelo menos é o que estes arrepios me fazem chegar em aviso de nós, de agora e em tempo. Guie-me. 

Seria uma supernova agora! Também sou pacato, gosto de discrição e respeito. Chego a ser recatado, por vezes. Já admiro sua melancolia, digna das flores mais valiosas, que não vendem belezas impostoras. Você será meu presente também. Já está sendo. Dê-me a sua mão, que eu quero andar com você. Já lhe adicionei. Quando chegar, dê-me um sinal. Estou aqui corrigindo um artigo. Eu já disse que você esteve comigo durante todo o dia hoje? Já querer. Pois chegue sempre. Minha razão de viver é você. Meu maior motivo de estar vivo hoje. Quero ser feliz ao seu lado, ao lado dos nossos. Você é a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. Sou seu. Eu quero viver o maior e mais bonito amor do mundo com e por você. Se existir vida após a morte, também quero viver esta outra vida ao seu lado. 

Eu vou procurar você no além. Quero acordar todos os dias ao seu lado. Sentir a boniteza que senti hoje quando o sol raiou em meu quarto e eu estava com você pertinho de mim. Eu quero você para mim. Você é linda em mim, linda em tudo e já não sei viver mais sem você. Eu te nós. Eu estou com você, jogando luzes em teus cenários de vida. Eu só quero estar onde você estiver. Hoje eu te amo mais que ontem. Estou aqui limpando meu quarto, arrumando meus livros, tirando um pouco da poeira. E vez ou outra tateio as cordas imaturas de meu violão. Coisa muito, mas muito antiga mesmo, amor. E você sabe que a ficção fortifica-se nas mãos de um escritor, não sabe? 

Dorme. Eu te nino. Não sei mais fazer outra coisa. Você é minha. Quero você do jeito que és. Não mude nada. Venha para mim como você é e eu lhe amarei. Estou aqui. Só me chamar. Está melhorzinha? Há mais alguma tarefa hoje para eu desempenhar em prol de nosso amor? Meu papel de parede! Você me faz renascer. Renova-me, fé que tenho aflorada agora no bem que a vida nos traz. Você, minha luz. De volta, entregue, apaixonado e maluco por você. Eu não sei o que dizer. Estou lá. Meu riacho de mel. 


* Imagem retirada do site Deviantart.

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