sábado, 1 de outubro de 2011

De como adornar os dentros

*
Por Germano Xavier

o homem que refaz um riso feminil
(contra todas as autoridades do tédio)
pode se sentir tão e tanto ou muito
destruidor de feios moldes

já que jardina a bela fera do humor
fios de se labirintar

o homem que souber retirar de dentro
da alma uma quimera ou um sutil
deboche, retirar (de dentro) dela
- de uma "ela", da mulher -
dar-nos-á, por semelhantes homens,
o mérito-combatente de qual bem maior

nada mais sem cor
nada mais improvável
nada mais inseguro

o riso feminino, doado tal patrimônio,
emprega na duração da verdade
o rascunho dos absolutos acabamentos

de vida

aliado ao pulso de revigor em que se observa
a máquina de sangue e sentimento com sóis-e-loas
e aos olhos de tal forma nova, brilhantes,
comunica - este mesmo riso -
a urgência de amar e se amar

brinde de privilégios


* Imagem retirada do site Deviantart.

Um comentário:

Daniela Delias disse...

um brinde à beleza, ao riso!

que lindeza!