terça-feira, 1 de novembro de 2011

Soneto do poema bonitinho


Por Germano Xavier 

Para Jason Mathias Pimenta

Eu mesmo quis fazer um poema bem feitinho,
que já na primeira estrofe, assim feito
um passarinho, voasse um vôo perfeito
e fosse, mesmo sem jeito, um menininho

de pé descalço e cara rasa olhando o céu,
malinando um seu dizer, como um seu achar
de verso. Um homenzinho proezo a burilar
no seu cantinho uma sextilha pra cordel.

Que no seu meinho já não dissesse do seu fim
nem espantasse o iniciado, porque o bom andado
da história não são segredos revelados, mas, sim,

contente perambular pelo percurso do achado.
E que no fim, sem medo, esse mesmo rapazinho
pudesse, baixinho, dizer: “meu poema é bonitinho”.

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