segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sem licença


Por Germano Xavier

Quando nasci, nem anjo torto
nem anjo esbelto trombeteiro
dos que vivem no breu...
ninguém disse nada.

Do céu desceu um mijo de Deus e
a rã no brejo veloz se escondeu. Tinha pra mais
de duas gentes perambulando por perto,
mas ninguém disse nada.

Vozes freadas, eu sem ouvido.
Chorei pelos cantos, em estribucho feroz.
Se nada dizem, faço meu papel.
Morrer pode ser tão ontem.
E a amargura? Calosidade tamanha, pensei:

Não corro atrás de imitos, vou
no verde que arvora (mesmo na cinzura
da regra fixa).

Quando nasci um diabo cor-de-tanajura,
desses que atiçam noite de roça, aconselhou:
sê disforme como essa lua...

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