quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Paragem


Por Germano Xavier

o bar
- quem me dera!
as mulheres altivas
entrando
à toda prosa,
e o absinto no rastro
das sanidades e das quimeras.

não, eu não conheço a muvuca
das pombas;
os mares tortos de vista não me
chegaram,
nem a ânsia de voar em
trôpegas ansas...
posto que nada mais há de mitologia
e literatura.

baixo não estás, o sol arde mesmo
longe,
porque o Homem, cego e rápido,
atravessa
a água negra das tensões
e dos cortes.

ferido, assaz melhor esquivar-se
dos começos.

segui, minha vida em meses
cabisbaixo.
a fronte impressionante
de minha intimidade...
e, sob os auspícios da lua,
adentrei-me,
como em gumes
ou em sangues lubrificado.

e morri mortes de areia...
e esperei esperas de oceanos...
perdido e achado em meu
vil mistério estudante,
de magia cheio dilacerante.

guardei o gosto da alegria,
que jamais senti por completude,
para os infantes – quiçá!, não são deles
a inexorável renovação das intensidades?
não são eles os potes?

não fui nem serei o que chorará
a cintilante plástica das construções
de circo; principio das velas,
e o meu barco bêbado tropeça nas douradas ondas...

2 comentários:

Tatiani Távora disse...

porque há muito mais vida entre o bar e eu do que a gente possa propor. mas a sua proposta no texto é o que há de real nessa vida de ilusões.

Cris Campos disse...

Todos começos são tímidos, mas não há motivos para fugirmos deles. Melhor é absorvê-los. Gr. Bj. G!!!