sábado, 2 de março de 2013

Uma nova ordem (?): (ou um texto em clichês)



Por Germano Xavier

O capitalismo não teme crises, guerras ou instabilidades (?). O capitalismo é um sistema severo, e talvez por ser tão rígido assim é que ele conseguiu instalar-se de maneira tão abrupta, marcante e essencialmente injusta. É dentro desse sistema econômico/social, baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro, que emprega o trabalho assalariado e o taxamento de preços, que emerge uma nova ordem sociocultural: a Sociedade Tecnológica, que também recebe a designação de Sociedade da Informação, ou Sociedade Pós-Moderna, ou Sociedade Digital ou, também, Sociedade de Consumo.

A sua notável capacidade em se renovar constantemente, e por extensão, solidificar-se e fortalecer-se, mesmo sob as mais duras crises, é um dos fatores ou características que servem para diferenciar a Sociedade Tecnológica dos períodos anteriores. E é justamente nessa imensa capacidade de renovação, de reprodução, que reside o perigo. A Sociedade Tecnológica, utilizando-se do capitalismo e demandando cada vez mais de um aprimoramento e de uma redução dos gastos condizentes ao tempo de produção, acabou provocando uma verdadeira revolução no comportamento dos indivíduos. E nesse âmbito, cabe ressaltar o envolvimento de todos os setores sociais.

É quase que impossível enxergar um espaço que ainda não tenha sofrido a influência dessa Sociedade Tecnológica e desse capitalismo selvagem. Percebe-se, claramente, que, com a vigente necessidade de precisão e velocidade na produção de bens materiais e imateriais, como é o caso da informação, houve uma nova organização de valores, principalmente no que se refere às funcionalidades e capacidades humanas. O homem é constantemente trocado pela máquina, que realiza as tarefas em muito menos tempo.

Enquanto as "constituições capitalistas e tecnológicas" continuam renascendo indefinidamente, o homem moderno vê-se igualmente obrigado a se reestruturar, aprender, desenvolver-se, desapegar e evoluir. Porém, esse desapego e essa evolução não é tão facilmente conseguida, assim, sem custos. A tatuagem da Sociedade Tecnológica já se encontra em nossa pele, que maculada e ferida não sabe como cobrir toda essa mancha. Essa nova ordem fez do homem uma criatura de grandes limitações, escravizado e quase sem nenhuma possibilidade de conhecer o significado da palavra liberdade.

Perde-se, espontaneamente, os potenciais humanos para as parafernálias que sequencialmente surgem em nossas vidas; uma inquietação metabólica que apequena o cidadão, operando em conjunto, no intuito de dominar nossos antigos domínios.

Um comentário:

Cris Campos disse...

A modernidade escraviza e gera uma constante insatisfação com o que se tem, é como se tivéssemos obrigação de acompanhá-la sempre. É exatamente como aquele antigo e atual livro já nos disse, que "o conhecimento se multiplicaria". Muito mais ainda virá, espero sinceramente que a gente sobreviva. Gr. Bj. G!