segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O amor do Pequeno Príncipe


Por Germano Xavier

Quem de nós, bons leitores, não se viu um dia agarrado à clássica história do princepezinho que vivia num asteróide cuidando de alguns pequenos vulcões, e que conversava com uma rosa...? O Pequeno Príncipe é daquele tipo de livro que jamais apagamos de nossa memória. Ao menos, comigo é assim. De quando me entendo por gente, ele foi o segundo livro que li na vida - o primeiro foi Meu pé de laranja lima, do carioca José Mauro de Vasconcelos. E o li como quem sentia fome, devorando-o. Esse pupilo da literatura mundial, publicado pela primeira vez em 1943, nos Estados Unidos, e um dos livros mais traduzidos e lidos em todo o mundo, também tem - como posso dizer? - suas "continuações". Estou falando do livro O amor do Pequeno Príncipe - Cartas a uma desconhecida, escrito pelo mesmo Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês. Do mesmo modo como aconteceu ao livro principal, o autor, também um exímio ilustrador, utiliza-se das palavras e dos desenhos para nos revelar uma história real e cheia de significados. Trata-se de um conjunto de nove cartas escritas para uma moça de 23 anos que certo dia ele encontra numa viagem de trem. Saint-Exupéry logo se apaixona e os dois vivem um relacionamento conturbado. A moça era casada e o autor, bem mais velho, vivia o que seria o último ano de sua vida. São cartas, algumas delas com apenas uma curta frase ao lado da imagem do Pequeno Príncipe, que revelam um Saint-Exupéry realmente desejoso de que o caso fosse levado adiante, porém profundamente decepcionado com a falta de correspondência da moça, a quem chama de "menininha". Um livro sobre uma tristeza real, e sobre como livrar-se dela, mesmo sentindo-a insuportavelmente no peito. Uma prova de que, às vezes, os contos de fadas, como diz o autor, "são as únicas verdades da vida".

SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O amor do Pequeno Príncipe: tradução de Alcida Barbosa Caldeira Brant. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

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