sexta-feira, 17 de junho de 2011

O mundador de mundos


Por Germano Xavier

XIV

e deu de ser construidor de geografias?
e arrumou de ser regador também de palavreados
apanhados em literaturas, o menino moreno?
curió osado esse que nem lembra que indivíduo
ferroso pode não ser aquele que sustenta uma baita
inchação de bucho mole! oxe sô e oxe

marnué que é ô disgramadin osado
o disgramadin osado, o do mato!
vai ver que agora anda de serviço
misterioso e medonho com essas providências
fantasiosas de letras, que vivem disfarçadas
e em máscaras de algum baile duvidoso
numa resmada de papel variado e multicor
tá ele num desejoso de estreitar o beijo
das cores do mundo por ele mundado?
ou de modo que não assim Doró
pegou foi mazela de confundimento de cuca
que dá em gente que véve feito galináceo
em chocação preso em si por uma quentura sem pólo
o que será que se foi, meu padin?
o que será que se foi!

Doró aquele mesmo o mundador de mundos
parece assim por parecer às vezes que já
escolheu sua escolha mais de nobreza e estampa
ele quer é continuar sendo é ele mesmo ou seja
o que ele sempre não e jamais deixou de se saber ser
um fazedor de coisas
um coisador de fazeres

"um fazedô de mundos multicolores ou
um coisadô de fazeres viventes", disse assim
para o primeiro que lhe acercou de olhos naquele
instante disse assim para um samanbaio!

oxe, sô! e oxe!
disgramadin...

Um comentário:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"Menino_by_joaofred"
Deviantart