terça-feira, 24 de maio de 2011

A hominização


Por Germano Xavier

(A Antropossociogênese): Pitacos sobre um texto de Edgar Morin.

Parte 1: O caçador sabendo caçar.

A hominização não é um processo linear e uniforme, e sim uma complexa interação de fatores que fizeram e fazem com que a espécie humana se desenvolva e se adapte constantemente. A hominização não é percebida quando tomamos como ponto de partida o tamanho do cérebro. A hominização torna-se possível a partir de uma mudança generalizada, seja no ambiente ou no social, etc...

A mudança da floresta para a savana gerou condições propícias para o aprimoramento das habilidades dos homínidas. O ecossistema torna-se um "professor" em relação ao homínida, e a caça age como instrumento civilizador.

Parte 2: A sociogênese

O modo de se organizarem e de se socializarem foi sendo conquistado e aprimorado durante o passar dos anos. Uma separação entre homens e mulheres foi realizada, destinando-se a cada grupo uma sociabilidade diferente. Surge, a partir de então, o conceito de classe dominante e de compensação de poderes. O homem torna-se chefe, a mulher a ele é subordinada.

A juventude é a porta de entrada para uma sociabilização entre os adultos e os aprendizes. Apesar de não ser considerado uma classe propriamente dita, a juventude ou a adolescência homínida é de uma importância indescritível para o progresso da próspera sociedade (Paleossociedade).

A economia homínida, se é que há economia, baseia-se na caça e na colheita, que já contava com uma organização básica. Vê-se desabrochar uma fonte cultural a partir do esboço de economia vigente entre os homínidas.

Com o aparecimento de uma sociedade organizada, fez-se necessário o advento da comunicação e da criação de uma linguagem (Paleolinguagem), que suprisse as necessidades de interação entre os vários grupos ou classes.

Assim aparece, então, a cultura, que precisa ser transmitida constantemente, dando origem as outras sociedades complexas. A cultura vai tecer a produção de níveis de complexidade em determinada sociedade, representando um aparelho transformador primordial para a evolução das espécies.

Parte 3: "O nó górdio da hominização"

O aumento do cérebro só trouxe benefícios aos homens, por ser o mecanismo que dispomos para acumular conhecimentos, memórias, fatos e aprendizagens. O aumento do cérebro é o mais puro retrato do desenvolvimento e da complexidade sociocultural.

O advento da complexidade sociocultural está intimamente ligado à evolução do cérebro humano, assim como os períodos de vida e as formas de aprimoramento de técnicas e suas posteriores transmissões a outros indivíduos.

A fase adulta não cessa com as aptidões e possibilidades de nossos conhecimentos serem adquiridos. O cérebro, nesta fase, está inacabado, e o homem tem a cultura por natureza.

Parte 4: O inacabamento final

Natureza e cultura andam de mãos dadas, assim como o ecossistema social exerce poder sobre a organização de uma sociedade.

O homem, ao tempo que é polido, torna-se dependente do seu aparelho cultural, e nada mais é que um aprendiz eterno.

Resumo geral

Falar em hominização é falar num colossal processo de interação e de sociabilização, que envolve os seus progressos e suas evoluções, tanto biológicas quanto socioculturais.

Um comentário:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"Stranger is my own by ~lwc71"
Deviantart