quinta-feira, 17 de maio de 2012

Stupakoff e as lentes do silêncio



Por Germano Xavier

O velho no bar
O velho homem reclinado no balcão.
Um cigarro pela metade na altura da testa.
A fumaça enobrecendo um sentimento pálido
existente em seus olhos fechados de tanto acordar.


Os meninos nus
A bunda, abunda.
Abundantes, seios: natureza-verde, homem-cor-de-carne.
Semblantes correm do amor.


A criança de castigo
Pequenino ser.
O menino é o vértice, o encontro das arestas.
Faz da parede uma extensão de sua raiva
e se fixa na ligadura.


O cão no muro
A velha louca ladra com seu cão.
Depois sorri.


Azul
Baleias humanas
mergulhadas no azul humano
criam bolhas.
Todo ar preso do mar é humano.

6 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"daydreams
by *TheLastOfDays"
Deviantart

Mell Renault disse...

Meu caro;
aqui me encontro, desfaço reencontros antigos, me atraso para pegar o trem, deixo queimando o cigarro e me esqueço dentro de ti, dentro de tuas palavras tão constrangedoras e barulhentas!

Um enorme beijo!
Mell

Cris de Souza disse...

tomo as coisas em cálices extremos.

evoé!

Cris de Souza disse...

sua voz não é qualquer coisa...

en-can-ta-da!

docerachel disse...

Há que se fechar os olhos para se poder ver!

Anônimo disse...

Todo ar preso do mar é humano...

Hmmmm.

Genial.